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Wilson Magalhães
Poesias e Músicas
Textos
RETIRADA
Quando retornei pra minha casa
Nem um pé de planta avistei
O cão que rosnava na varanda
Seu latido não mais escutei

Os bichos não mais faziam festa
Nem corriam pela plantação
Chifres espremidos na cocheiras
Na engorda para exportação

O vento soprava sufocado
Fole de uma mata sem pulmão
Sucumbida à fúria do arado
A sombra não mais cobria o chão

Até o pedreiro João-de-barro
Trancou a porta de sua morada
O coral que animava as matas
Calou-se não tem mais alvorada

Os rios cederam suas águas
Ao progresso da irrigação
Margens afogadas no seu leito
Pela falta de vegetação

Olhei para fauna e para flora
Viventes das águas, céu e chão
Nas folhas de livros escolares
O futuro a vida em extinção
Wilson Magalhães
Enviado por Wilson Magalhães em 01/08/2021
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SONETO DA INFELICIDADE

Pudesse eu, pegar estrelas

Sem o céu desmoronar

Conter a fúria das ondas

Sem acabar com o mar

 

À noite, invadir os sonhos

Sem lhe fazer despertar

Viver prazeres da vida

Sem ser preciso lhe amar

 

Cativar sua doçura

Por força dos meus ardis

Arrebatar a candura

Molhando os olhos sutis

 

Talvez ficasse contente

E eternamente infeliz