× Capa Textos Áudios Perfil Livro de Visitas Contato Links
Wilson Magalhães
Poesias e Músicas
Textos
DEBANDADA
Quando retornei pra minha casa
Nem um pé de planta avistei
O cão que rosnava na varanda
Seu latido eu não escutei

Os bichos não mais faziam festa
Nem corriam pela plantação
Chifres espremidos nas cocheiras
Na engorda para exportação

O vento soprava sufocado
Fole de uma mata sem pulmão
Sucumbida à fúria do arado
A sombra não mais cobria o chão


Até o pedreiro João-de-barro
Trancou a porta de sua morada
O coral que animava as matas
Calou-se não tem mais alvorada

Os rios cederam suas águas
Ao progresso da irrigação
Margens afogadas no seu leito
Pela falta de vegetação

Olhei para a fauna e para a flora
Viventes das águas, céu e chão
Nas folhas de livros escolares
O futuro da vida, a extinção
Wilson Magalhães
Enviado por Wilson Magalhães em 25/12/2021
Alterado em 25/12/2021
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Áudios Relacionados:
DEBANDADA - Wilson Magalhães
Comentários

SONETO DA INFELICIDADE

Pudesse eu, pegar estrelas

Sem o céu desmoronar

Conter a fúria das ondas

Sem acabar com o mar

 

À noite, invadir os sonhos

Sem lhe fazer despertar

Viver prazeres da vida

Sem ser preciso lhe amar

 

Cativar sua doçura

Por força dos meus ardis

Arrebatar a candura

Molhando os olhos sutis

 

Talvez ficasse contente

E eternamente infeliz